Duas semanas no primeiro mundo

Por tudo que li, pelos filmes que vi, pelas histórias que ouvi já sabia que um país desenvolvido teria inúmeras vantagens e melhorias em relação aos países menos afortunados, como o Brasil por exemplo.

No entanto, após passar quinze dias vivendo como uma turista-local numa grande cidade do Canadá é que fui realmente entender todas as informações que havia recebido sobre estes lugares.

Temperatura abaixo de zero e nada de sentir frio? Calefação? Comida a preços acessíveis (para quem ganha na moeda local)? Transporte público que funciona? Com passagens ilimitadas? E de qualidade? Universidade com acesso facilitado a custos baixos?

Parece um sonho para nós brasileiros que passamos frio no inverno e morremos de calor no verão usando transporte público lotado, caro, de baixa qualidade e ainda correndo o risco de estragos no meio do percurso, assaltos, assédios. Sem falar no custo das Universidades privadas do nosso país e do valor de uma refeição simples em qualquer bom restaurante das grandes cidades.

Imagina chegar na sua rede de fast-food preferida e poder comer 1 sanduíche, com batata média, tomar refrigerante e ainda pedir extra de nuggets e pagar por isso o valor de 14 dinheiros? Ou tomar café toda manhã em alguma cafeteria descolada e gastar 1,59 no café pequeno (que no Brasil já seria o grande) e ainda um croissant para acompanhar por modestos 1,49?!

É, é difícil, eu sei. Uma cidade onde tudo funciona, nem o inverno a faz parar. Tem festival durante a semana e de noite, tem praças abertas para quem quiser arriscar andar de trenó, tem museu, tem pista de patinação. Sem falar nos ciclistas que não dão a mínima para a previsão do tempo.

A impressão que esses quinze dias deixaram é que nesse mundo as coisas não funcionam por acaso, ou porque as pessoas são mais educadas. Funciona porque o sistema é pensado para isso. Claro, nem tudo é perfeito, notei muita sujeira nas ruas e alguns lugares só não fedem a xixi porque é inverno. Mas, no geral, a vida é mais fácil, ela é menos cansativa.

Todavia, a parte mais difícil de uma viagem dessas certamente é o voltar pra casa. Ao país em desenvolvimento, que dá um passo à frente e dois pra trás. Em ano de eleição, com um futuro político e socioeconômico tão incerto…

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